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Na chamada era do conhecimento, estudantes em exames vestibulares cometem atrocidades lingüisticas, como se sofresse de anorexia intelectual. Hostilizam o saber e celebram a ignorância.Há alguns anos, uma safra auspiciosa, embalada por questões ambientais, produziu impagáveis reflexos sobre a "dificuldade de achar pandas na Amazônia", a "extinção do micro-leão dourado" e a poluição das "bacias esferográficas". Muito antes de Al Gore, nossos jovens já haviam chegado à conclusão de que a questão ambiental "é um problema de muita gravidez" e que, para resolvê-lo, não se deve preservar "apenas o meio ambiente, e sim todo ele". Em suma, como bem sumariou um luminar:"Vamos deixar de sermos egoístas e pensarmos um pouco em nós mesmos".
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Diante de tais manifestações de "exuberância intelectual", o estado das coisas nos reme
te a três fatores: Primeiro, as deficiências do sistema educacional, que segue prologando os anos de escolaridade, porém não gera evidências de que os estudantes estejam aprendendo mais. Segundo, a religião também contribui com o seu fundamentalismo, tendo em vista sua antipatia pela ciência. E terceiro, a influência dos liberais sobre as universidades, a promover a cultura pop, e a tornar trivial e superficial o aprendizado no ensino superior.

O que postei é uma sintese do artigo.
Carta Capital, 2/4/2008, p.17