Por José Salazar - acadêmico de direito
O existencialismo não tem uma corrente filosófica unificada.
Iniciada por volta do século XIX, possui profundas diferenças em termo
doutrinário, propagava que a crença do pensamento filosófico inicia-se com o
pensamento humano, não exatamente o
sujeito pensante mas suas ações, seu sentimentos e a vivência de um ser humano
individual. Portanto, a grande separação entre a filosofia existencialista para
a filosofia clássica é a oposição ente o concreto e o abstrato. Vale ressaltar
que para Jean Sartre o Deus não existente e o homem nasce desprovido de tudo,
ou seja, uma ser que nasce antes de todos os conceitos.
A obra o sétimo selo de Ingmar
Bergman, mundialmente famosa, retrata exatamente essa fase do existencialismo,
a inexistência de Deus e a buscar do verdadeiro sentido da vida. Lançada em
1957 próximo à segunda guerra mundial, das ameaças nucleares e dos traumas
holocaustos, é em meio a esse clima a produção do filme o sétimo selo. Após ser
convidado para uma partida de xadrez, Block se questiona durante toda a trama
sobre o significado da vida enquanto tenta ganhar o jogo com a morte.
O primeiro ponto onde podemos identificar o existencialismo
no filme esta no início, quando o cavaleiro ora a Deus e logo após aparece a
morte. Pode se notar que o ator reza em vão e que a única verdade certa é o
jogo com a morte. O filme todo ronda em torno da busca para o sentido da vida,
se realmente existe Deus. O jogo de xadrez com a morte caracteriza-se como uma
sátira perfeita ao que Sartre entende sobre a vida, onde se é livre para fazer
escolhas, mas que inevitavelmente, independente de nossas escolhas, nunca se
escapa da morte que vem para representar o absurdo da vida.
Bibliografia:
CABRERA, Julio. O cinema pensa: uma introdução à filosofia
através dos filmes. Rio de Janeiro: Rocco, 2006.
SARTRE, Jean-Paul. O ser e o nada. Petrópolis: Vozes, 1997
Nenhum comentário:
Postar um comentário