O
arranjo visual das palavras é uma característica marcante da poesia concreta,
algumas delas como forma de representação da realidade. Isso faz com que o
leitor procure descobrir a forma lógica da apresentação do real, geralmente
implícita no poema.
Como
podemos observar no poema de Paulo Leminski (1944-1989), há uma ruptura da
sintaxe. Sem a utilização do código verbal, o poema se estrutura pela
justaposição de palavras que revelam marcas empresariais famosas da época, em
letras maiúsculas e organizadas em grupos.
Década
de 80, o poema retrata o desenvolvimento industrial dos Estados Unidos, ao
mesmo tempo em que chama a atenção para o consumismo de suas marcas. Retrata
também a superioridade das multinacionais que sufocam e expõem a fragilidade do
desenvolvimento nacional, representada pelas “casas pernambucanas”, em letras
minúsculas. O termo “GENERAL”, componente das marcas General Motors e General Eletric, ocupa uma
posição central, que reflete o poder imperialista dos Estados Unidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário