domingo, 11 de outubro de 2009

Trovadorismo - Cantigas de Escárnio

As cantigas trovadorescas surgiram na Idade Média entre os séculos XII e XIII, como as primeiras manifestações literárias portuguesas. Essas cantigas tinham entre seus objetivos examinar as tensões políticas e sociais das sociedades medievais através da prática e poesia dos trovadores galego-portugueses. A partir daí, foram desenvolvidos gêneros que traduzissem as mais diversas formas de expressões da sociedade da época, desde o alto clero até o camponês, enlaçando-os a diferentes categorias sociais como produtores do discurso. Essas cantigas eram classificadas em Cantigas de amigo, Cantigas de amor, Cantigas de escárnio e Cantigas de Maldizer.

A cantiga de Escárnio, que será analisada neste trabalho, é um gênero da poesia da Idade Média cuja função é criticar, satirizar uma pessoa real, próxima ou do mesmo círculo social do trovador. Utiliza sátiras indiretas para atingir a pessoa satirizada. Faz-se o uso de ironias e expressões de duplo sentido, e o objeto de escárnio nunca é identificado.

Deste modo, o presente trabalho visa ressaltar a importância das cantigas de escárnio como um produto linguístico que também marcou a fase inicial documentada do português, além representar os costumes e vícios inseridos na sociedade medieval pelas grandes questões da época.

As cantigas de Escárnio, assim como os outros tipos de cantigas, foram escritas em galego-português no período chamado Trovadorismo (séculos XII e XIII) da Idade Média.

As cantigas de Escárnio tem como principal característica a crítica indireta, ou seja, normalmente a pessoa satirizada não é identificada. Há uma preocupação com a linguagem, pois é cheia de sutilezas, trocadilhos e ambigüidades, dotados de ironia. Apresenta grande interesse histórico, pois são verdadeiros relatos dos costumes e vícios, principalmente da corte, mas também dos próprios jograis e menestréis. Nas cantigas de escárnio, o poeta exprime, ironicamente, o satirizado, abstendo-se de citá-lo diretamente. Tendo como objetivo a crítica social, com tom humorístico, ridiculariza as pessoas de forma sutil ou grosseira, denunciando os falsos valores morais vigentes e atingindo todas as classes sociais: senhores feudais, clérigos, povo e até eles próprios.

Principais características das cantigas de escárnio:

--> Cantigas satíricas escritas em linguagem bem mais vulgar;

--> Sempre zombavam de alguém, seja uma pessoa decadente, seja alguém que passou por um problema amoroso, seja uma mulher namoradeira;

--> Linguagem mais velada, menos direta, não individualizada a pessoa criticada;

--> Discurso produzido com sujeito em 1ª ou 3ª pessoa (não identificada);

--> Possui artifícios lingüísticos e literários como a ironia e a hipérbole;

--> Apresenta-se como uma sátira indireta, sarcástica, zombeteira e de linguagem ambígua.

Como toda cantiga de escárnio, há nos textos uma relação entre poesia e poder, onde desenvolve-se, de certa forma, uma guerra de representações, utilizando-se das produções como como espaço para esse tipo de embate. Segundo fontes da internet, o gênero satírico iniciou-se com a participação ativa de mestres e estudantes, que debatiam diante de grande platéia, sobre questões previamente estabelecidas, surgindo assim o chamado gênero trovadoresco das “tenções”, cuja forma básica era constituída de uma alternância de estrofes entre os dois trovadores que participavam do confronto lírico.

Através das tenções, os trovadores galego-portugueses podiam se enfrentar diretamente. Mas podiam também atingir um terceiro, não presente na disputa, que fosse referido direta ou indiretamente. Por exemplo, a pretexto de criticar o oponente, podia-se na verdade encaminhar uma crítica a um outro, o que caracterizava uma verdadeira “tenção de ricochete”. Além disso, existia ainda aquilo que poderíamos chamar “tenções simuladas” em que dois trovadores podiam “tençoar”, mas na verdade a pretexto de falar mal de um terceiro, ou de um tipo social. As tenções completam com as cantigas de escárnio e maldizer a principal tríade de gêneros satíricos explorados pelo trovadorismo ibérico entre os séculos XVIII e XV.

Era comum nestas arenas trovadorescas ibéricas, as cantigas de escárnio e de mal dizer que podiam ter como alvo até mesmo o rei, o que demonstra a relativa liberalidade dos paços trovadorescos. Este é o caso da cantiga abaixo, movida pelo fidalgo Gil Peres Conde contra o rei Afonso X de Castela, que também era, aliás, um dos mais hábeis trovadores:


“Os vossos meus maravedis, senhor,

que eu non ôuvi, que servi melhor

ou tan ben come outr'a que os dan,

ei-os d'aver enquant'eu vivo for,

ou a mia mort', ou quando mi os daran?

A vossa mia soldada, senhor Rei,

que eu servi e serv'e servirei,

com'outro quen quer a que dan ben,

ei-a d'aver enquant' a viver ei,

ou a mia mort', ou que mi faran en?

Os vossos meus dinheiros, senhor, non

pud'eu aver, pero servidos son,

Come outros, que os an de servir,

ei-os d'aver mentr'eu viver, ou pon-

mi-os a mia mort' o a que os vou pedir?

Ca passou temp' e trastempados son,

ouve an'e dia e quero-m' en partir.”

(Gil Pérez Conde, CBN 1523)


Características da cantiga de escárnio nesta poesia:

--> Sátira em relação ao serviços prestados e não pagos pelo rei;

--> Jogo com o uso duplo dos pronomes possessivos “vossos” e “meus”;

--> Confronto de idéias através da expressão;

--> Ambiguidade acompanhada de entonação irônica;

--> Invocação indireta ao conjunto de instituições do vassalo;

--> Embate de caráter político entre a parte nobre do reino e o serviçal.


Fonte de pesquisa:

http://www.repom.ufsc.br

http://www.wikipedia.com

http://www.uel.br/cch/pos/letras/terraroxa

http://www.docs.google.com

História da Literatura Portuguesa (?)


11 comentários:

  1. olha eu achei bem legal e enteressante e espero que eu possa ganhar um 10no meu trabalho com esse site beijinhos.

    ResponderExcluir
  2. gostei muito quero uma nota boa

    ResponderExcluir
  3. nossa amei esse site me ajudou muito e com certeza vou tirar um 10!!!!!!
    rsrsrsrsrs

    ResponderExcluir
  4. não estou coneguindo imprimir

    ResponderExcluir
  5. "enteressante", anônimo 1? Logo se vê que é do tipo que cola!

    Referindo-me ao trabalho, bom. Apesar de um pouco prolixo, o autor do trabalho trabalhou bem os pontos da cantigade escárnio.
    Ass: USP LETRAS 2009

    ResponderExcluir
  6. EU QUERIA FRASE DO TROVADORISMO ALGUEM ME AJUDA

    ResponderExcluir
  7. acho que o autor foi muito sucito na resposta. deveria trabalhar mais na análise.

    ResponderExcluir
  8. preciso da traduçao da musica esposta acima. do autor Gil Pérez Conde.

    ResponderExcluir
  9. vo tira 10 no trabalio di potugueys rçrçrç, nein sei prá quie as alas di portugueys,eu naci nu brasiu ja sei falá portugueys fruente, era pra ta instudano maiz instudar pra quie rçrçrçrçr tchau tenhu quie intrar no oukuti bejo.Mi marka un vibie prufavor ///?

    ResponderExcluir
  10. Obg pela informção ....

    ResponderExcluir